Seja bem-vindo. Hoje é
Mostrando postagens com marcador Da Costa e Silva. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Da Costa e Silva. Mostrar todas as postagens

outubro 01, 2013

É, ENTÃO ISSO A VIDA...


É, ENTÃO ISSO A VIDA...
(Da Costa e Silva)
 
É, então, isso a vida: a nau perdida,
Sem bússola e sem leme, aos temporais?
A flórea escarpa, de íngreme subida,
Da montanha dos risos e dos ais?

É, então, isso a vida: a flor colhida
Sobre abismos ocultos e fatais?
A quimera da Terra Prometida,
No êxodo eterno para o Nunca-Mais?

É, então, isso a vida: o sonho obscuro
Dos Ícaros, Jasões e Prometeus,
Perdido na celagem do futuro?

É, então, isso a vida? — Vida, adeus!
Não é esse o caminho que procuro...
Mas seja tudo pelo amor de Deus.

À SOMBRA DO SALGUEIRO


À SOMBRA DO SALGUEIRO
(Da Costa e Silva)

Porque fosses o sonho de ventura
Que eu tanto ambicionara e conseguira,
Nunca julgara, nem jamais previra
O transe cruel que agora me tortura.

Só a extensão de um grande mal sem cura
Poderia mostrar que me iludira;
Que a ventura na vida é uma mentira
Sempre falaz àquele que a procura.

Louco de dor, o espírito delira
E a Castália das lágrimas apura
A emoção de infortúnio que me inspira...

Mas foi tamanha a minha desventura,
Que pendurei, muda e quebrada, a lira
No salgueiro da tua sepultura.