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outubro 01, 2013

TEU LENÇO


TEU LENÇO
(Guimarães Passos)

Esse teu lenço que eu possuo e aperto
De encontro ao peito quando durmo, creio
Que hei de mandar-to um dia, pois roubei-o
E foi meu crime, em breve, descoberto.

Luto, contudo, a procurar quem certo
Possa nisto servir-me de correio;
Tu nem calculas qual o meu receio,
Se, em caminho, te fosse o lenço aberto...

Porém, ó minha vívida quimera!
Fita as bandas que habito, fita e espera,
Que, enfim, verás em trêmulos adejos,

Em cada ponta um beija-flor pegando,
Ir o teu lenço pelo espaço voando,
Pando, enfunado, côncavo de beijos!