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setembro 30, 2013
DOR SUPREMA
DOR SUPREMA
(Emiliana Delminda)
É noite ... Chove. A lua, envolta em névoas, sonha
no amplo e deserto céu. De meu quarto sombrio,
eu, romeira sem fé, na solidão medonha,
o cadáver de um sonho emocional vigio.
Eu! ... Quem sou eu? – Não sei! Talvez que me suponha
a turba, um ser demente, um pobre ser doentio ...
Porque não sabe a lenda exótica e tristonha
que há nas sombras ferais de meu nublado estio.
E vai a noite a meio ... e as folhas, uma a uma,
dos salões de minh’alma o pensamento exuma,
divagando revel pelas regiões de outrora.
E eu quisera, relendo o malfadado poema,
na suprema aflição de minha dor suprema,
livremente chorar, como esta noite chora.
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