(Araújo Figueredo)
As praias onde vive e dorme e sonha o mar!
Praias de minha terra, ela são uns regaços
Aos quais a gente atira, ansiosamente, os braços,
Com desejos febris de neles descansar ...
É brio do esplendor que se derrama no ar,
Nesses longes sem fim, nos profundos espaços,
E vem como um amparo a todos os cansaços,
Eu junto às praias, sinto a alma sempre a cantar.
Pelas praias vivi e delas ainda guardo
muitas recordações de amores em que ardo,
Quando as cobre da tarde o áureo fulgor do manto ...
Ah! numa tarde assim, eu te abracei, amada!
À hora do ocaso, à hora suave, à hora calada,
Com lenços de saudade alagados de pranto.