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outubro 06, 2013

LENÇOS DE SAUDADE

LENÇOS DE SAUDADE
(Araújo Figueredo)

As praias onde vive e dorme e sonha o mar!
Praias de minha terra, ela são uns regaços
Aos quais a gente atira, ansiosamente, os braços,
Com desejos febris de neles descansar ...

É brio do esplendor que se derrama no ar,
Nesses longes sem fim, nos profundos espaços,
E vem como um amparo a todos os cansaços,
Eu junto às praias, sinto a alma sempre a cantar.

Pelas praias vivi e delas ainda guardo
muitas recordações de amores em que ardo,
Quando as cobre da tarde o áureo fulgor do manto ...

Ah! numa tarde assim, eu te abracei, amada!
À hora do ocaso, à hora suave, à hora calada,
Com lenços de saudade alagados de pranto.

outubro 01, 2013

O RELÓGIO DA MÁGOA


O RELÓGIO DA MÁGOA
(Araújo Figueiredo)

Graças ao céu!Voltei à nossa velha casa,
Que é o ninho encantador dos nossos lindos filhos!
Maria, andei com frio e hoje o calor me abrasa,
Pelas trevas andei e hoje só vejo brilhos...

Sinto o calor que vem do seio dessa casa;
E os brilhos que ora vejo, esses vieram dos trilhos
Da mais robusta fé que as dúvidas arrasa.
E das dúvidas quebra os mais fortes cadilhos!

E essa que ora me abraça, a velha Catarina,
Foi quem pôde contar, ao certo, a minha sina,
Quando me disse que eu bem cedo voltaria.

E voltei, lindo amor, porque de onde eu me achava,
Todo o meu coração tristemente escutava
O relógio da mágoa a bater noite e dia!