Seja bem-vindo. Hoje é
Mostrando postagens com marcador Alberto de Oliveira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alberto de Oliveira. Mostrar todas as postagens

setembro 29, 2013

HORAS MORTAS


HORAS MORTAS
(Alberto de Oliveira)

Breve momento após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.

Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear no espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica
Mas é tão tarde! Rápido flutuas
Tornando logo à etérea imensidade;

E na mesa em que escrevo apenas fica
Sobre o papel — rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.