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outubro 02, 2013

PORTO CELESTE



PORTO CELESTE
(Afonso Celso)

Andei em longas excursões distantes:
Vi palácios, sacrários, monumentos,
Focos da indústria, artísticos portentos...
Praças soberbas, capitais gigantes.

Mas lia, em toda a parte, nos semblantes,
Dores... lutas... idênticos tormentos...
— Onde a pátria dos risos?!... Desalentos
Colhi apenas, mais cruéis que dantes.

Achei, enfim, num pequenino porto,
Crenças, consolações, calma, conforto,
Tudo que anima, enleva e maravilha:

Ninho de encantos que a inocência habita
Promontório do céu, plaga bendita.
É junto ao berço teu, ó minha filha.

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